Albert Pike
Albert Pike nasceu em Boston e foi criado em Little Rock, no Arkansas, onde participara em 1848 da Guerra do México e em 1861 e 1862 da Guerra Civil Americana[1], onde galgou o posto de General de Brigada, liderando um batalhão, formado por indígenas. Após a Guerra Civil, em 1868, instalou-se na capital, Washington DC, onde passou o resto dos seus dias, exercendo a advocacia, sendo um dos grandes defensores da campanha abolicionista norteamericana, bem como da causa indígena.
Albert Pike foi iniciado em 1850, na Western Star Lodge, na cidade de Little Rock. Em 1853, Albert G. Mackey lhe conferiu os graus filosóficos do 4º ao 32º do Rito Escocês Antigo e Aceito, em Charleston, sede da jurisdição meridional; em 1857, Pike recebeu o grau 33º e em 1859 foi eleito Soberano Grande Comendador, ocupando este cargo até o fim dos seus dias, com competência e autoridade sem paralelos, realizando uma ampla reforma no Rito Escocês Antigo e Aceito. Mesmo antes de ser eleito Soberano Grande Comendador, Pike assumiu uma das lideranças intelectuais do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao lado de Albert G. Mackey, sendo que este último dedicou uma de suas maiores obras, o livro “Léxico da Franco-Maçonaria”, de 1869, a Albert Pike, em seu prefácio.
Ao unir-se ao Supremo Conselho da Jurisdição Meridional, Albert Pike encontrou uma situação caótica: os rituais encontravam-se tão desorganizados que muitas lojas adotaram procedimentos ritualísticos próprios; a estrutura administrativa do Supremo Conselho não possuía qualquer controle sobre seus membros e os serviços de benemerência inexistiam.
Albert Pike nessa tarefa árdua a que se propôs, fortaleceu os ensinamentos do Rito Escocês Antigo e Aceito, expurgando todo o sectarismo e adversidade política do conteúdo dos rituais, estabelecendo uma rota de desenvolvimento intelectual, o que colocou o Supremo Conselho da Jurisdição Meridional na posição mais influente e atuante de todo o mundo. Ele engrandeceu o conteúdo das instruções aos diversos graus com um amplo conhecimento das culturas antigas – conhecia fluentemente o sânscrito, hebraico, grego e latim – fundamentando e comprovando o que antes era apenas perceptível nos rituais.
“En revanche, Moral and Dogma of Ancient Accepted Scottish Rite of Freemasonry est um chef-d’oeuvre. Pour chancun des degrés du rite, le 33º est omis, de par sa nature mêne qui n’est pás initiatique, l’anteur propose une leçon. Avec une subtile pédagogie, chaque leçon se garde d’explique, détail après dédail Le rituel de chaque degré ET mêne d’analyzer ouvertement son sens general[2]”.
Suas explanações são demonstradas promovendo uma analise em espiral apropriada para cada grau e preparando-o para a explicação seguinte. Convém explicitar que o Dogma do título não possui um sentido de imposição, mas sim, de uma doutrina proposta. Albert Pike expôs a instituição de um modo como nunca havia sido feito anteriormente: uma associação fraterna e religiosa, sem ser uma religião; beneficente em sua essência, além de defender a moral através da verdade e de um simbolismo racional, abandonando a magia e apoiando-se na natureza e nas suas leis.
Transcreve-se in verbis um pequeno texto de um importante trabalho apresentado em 17 de outubro de 1989 na Sessão Bianual do Supremo Conselho para a Jurisdição Meridional, realizada em Washington DC, desenvolvido por Rex Hutchens, Grande Orador do Supremo Conselho, intitulado Albert Pike – The Man not The Myth (Albert Pike – O Homem, não o Mito):
“Albert Pike had a subtle motive in his rewriting of the Rituals, seeking to do more than simply improve the presentations of the lessons of the Degrees. He wished to establish the Scottish Rite as an agent for the intellectual development of the Craft. This goal was furthered by the preparation of a foundational literature for the Rite embodied in the new Ritual and a series of lectures entitled Readings, Legends, Liturgies and Morals and Dogma. These were further supplemented by the Book of Words and the First and Second Lectures on Masonic Symbolism[3]”.
Entre suas várias obras destaca-se:
“Ordo ab Chaos”; The Original and Complete Rituals, 4º - 33º of the First Supreme Council, 33º at Charleston, South Carolina; Porch and the Middle Chamber: Book of the Lodge; Magnum Opus or the Great Work; Morals and Dogma of Ancient and Accepted Scottish Rite; Liturgies of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry; Liturgy of the Blue Degrees.
Uma das mais importantes tarefas realizadas por Albert Pike foi a sistematização dos rituais dos graus simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito, uma vez que em sua época, as lojas que os praticavam eram raras, principalmente em sua jurisdição, o que consistia em seu ponto de vista de uma grave incoerência, pois, se praticavam os altos graus sem que seus membros possuíssem fundamentado conhecimento sobre as bases do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Conhecedor das fraquezas e vaidades humanas, Albert Pike deixou registrado e formado durante o seu mandato como Soberano Comendador, um Comitê sobre Formas de Rituais e Cerimônias – Commitee on Ritual and Cerimonial Forms – confiado ao Supremo Conselho da Jurisdição Meridional e responsável pelas eventuais e inevitáveis alterações que ocorriam ao longo dos anos na pureza e integridade dos ensinamentos fundamentados de seus rituais.
“Na preparação desses Rituais, (...) utilizou Antigos Rituais Secretos que se encontrou em seu poder e o “Guide dês Maçons Écossais”, um trabalho impresso para o Rito Escocês Antigo e Aceito; além dos Antigos e Secretos Rituais, o Régulateur Symbolique e o Régulateur dês Maçons, para o Rito Moderno. Ele também utilizou muito da assistência do “Tuilleur Universel”, em Alfabeto Maçônico Secreto, e o Ahiman Rezon of Georgia, bem como o trabalho do Ilustríssimo Irmão Rockwell; e também as orientações constantes do ritual do Irmão V. A de Castro. Os trabalhos estão aqui muito expandidos; e as leituras das instruções foram em parte escritas e em parte copiladas pelo próprio Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho”.
Albert Pike também tomou o cuidado de não revelar passagens importantes dos rituais simbólicos, valendo-se de um artifício comumente utilizado durante o século XIX, o de suprimir trechos inteiros através de legendas e relacioná-las em outra parte, diretamente e sem interrupção de passagens e explicações. Esta outra obra – O Trabalho Secreto – encontra-se desaparecida, apesar de uma nova edição d’O Pórtico e a Câmara do Meio editado nos Estados Unidos da América do Norte ter preenchido estes trechos faltantes com os correspondentes aos encontrados nos rituais europeus e latino-americanos.
É bom que fique bem claro e o leitor mais interessado em pesquisar, irá perceber que Albert Pike fez algumas adaptações nos seus rituais para atender segundo a visão do mesmo, as peculiaridades do sistema maçônico norteamericano, adaptações estas que não concordamos, pois desvirtuou os rituais originais contido no Guide dês Maçons Écossais de 1804, o primeiro compêndio de rituais formulados exclusivamente para os graus simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito. Esse foi um dos grandes equívocos cometidos por Albert Pike.
BIBLIOGRAFIA:
Cavalcante, Sergio - Rito Escocês Antigo e Aceito - Rituais de 1804.
[1] Também denominada de Guerra da Secessão.
[2] “Deste modo, Moral and Dogma of Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry é uma obra prima. Para cada um dos graus do rito, salvo o 33º por não ser um grau iniciático, o autor propõe uma lição. Como um substituto pedagógico, cada lição se guarda de explicar detalhadamente cada grau, ou mesmo de comentar abertamente suas particularidades”. – In Saunier, Eric (org) – Encyclopedie de La Franc-Maçonnerie. Paris, Librairie Gênerale Française, 2000. (N.A).
[3] “Albert Pike possuía um sutil motivo na reelaboração dos Rituais, procurando mais que fazer uma simples melhoria na apresentação das lições dos graus. Ele desejava estabelecer o Rito Escocês como um agente para o desenvolvimento intelectual da Ordem. Este objetivo foi favorecido pela preparação de uma literatura fundamentada para a incorporação do Rito nesse novo ritual e uma serie de palestras intituladas Leituras, Lendas, Liturgias e Morais e Dogma. Estes foram favorecidos pela complementação através o livro das Palavras e da Primeira e Segunda Palestra sobre o Simbolismo Maçônico”. – In Hutchens, Rex R. “Albert Pike – The Man not The Myth” – Washington DC. Supreme Council 33º Southern Jurisdiction, 1989. (N. A).
é realmente um avanço o que pike fez, históricamente. uma estrutura que ajuda entender o sentido da vida para quem vive em um país. ao mesmo tempo que revela não deixa para trás a importância da vida do homem. gfjsrjkksknvjgk.obrigado!
ResponderExcluirDeus é benevolente então devemos sermos como é.gdgdftegkdkksngvhd.
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